Ano Novo com o Pé Direito ou Esquerdo?
- Ana Duarte Ferreira
- 29 de dez. de 2018
- 2 min de leitura

Agora que o ano está prestes a terminar, sorrio e recordo com ternura a forma como vivia com enorme intensidade e alegria a noite da passagem de ano.
Na altura, apesar de imitar os adultos em alguns comportamentos no limiar do “bizarro”, não os questionava e achava mesmo divertido subir com o pé direito sobre uma cadeira, estrear roupa nova, por dinheiro no bolso, ou concentrar-me na proeza de comer uma passa ao soar de cada badalada e simultaneamente pensar em doze desejos para o novo ano!
Estes gestos únicos, repetidos a cada ano, entrelaçavam-se na perfeição com os “pensamentos mágicos” e os sonhos típicos da infância.
Hoje, descodifico estes rituais de passagem de ano como ancoras securizantes que, numa ilusão já consciente, nascem da necessidade de conter e controlar a ansiedade e a angústia gerada pelo desamparo que o novo ano pode criar em nós.
Estes rituais e crenças já fazem parte do nosso inconsciente colectivo e unificam a tradição da nossa cultura. Promovem sem dúvida uma sensação de controle e de segurança e alimentam-se da crença que têm o poder de interferir no mundo exterior, até mesmo mudar a realidade do novo ano que vem aí.
A vida está em permanente mudança. A capacidade de transformação e de ter um ano feliz está dentro de si e vem do seu auto-conhecimento e não das crenças ou rituais instalados.
Suba a cadeira com o pé direito ou com o pé esquerdo, coma cada passa a sentir com toda a sua alma o que deseja para o futuro e liberte-se do que no passado lhe limitou a coragem e a alegria de viver.
Desejo-lhe um Ano Novo muito feliz!
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